MYRTACEAE

Myrcia riodocensis G.M.Barroso & Peixoto

Como citar:

Raquel Negrão; Marta Moraes. 2019. Myrcia riodocensis (MYRTACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

EN

EOO:

8.080,70 Km2

AOO:

56,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019), com ocorrência no estado: ESPÍRITO SANTO, Municípios de Conceição da Barra (Ribeiro 300), Colatina (Magnago 800), Linhares (Siqueira 1008), Pancas (Luber 155), Sooretama (Folli 7271).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2019
Avaliador: Raquel Negrão
Revisor: Marta Moraes
Critério: B2ab(i,ii,iii)
Categoria: EN
Justificativa:

Árvore com cerca de 10 m de alt. (Barroso e Peixoto, 1990), secundária inicial (Rolim et al., 1999), endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Ocorre em Floresta Ombrófila Densa (Sobral et al., 2009) e Floresta de Tabuleiro associada a Mata Atlântica capixaba (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019), nos municípios de Conceição da Barra, Colatina, Linhares, Pancas, Sooretama. Apresenta AOO= 56 km² e está restrita a habitats severamente fragmentados por causas antrópicas. Desmatamento, agricultura e agroindústria (cacau, e celulose), pecuária e mineração (Siqueira, et al. 2004; Rolim et al., 2006; DNMP/SIGIME, 2019, SOS Mata Atlântica e INPE, 2019) são responsáveis pelo declínio de EOO, AOO, qualidade do habitat e número de subpopulações. O Atlas da Mata Atlântica (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019)  indica que restam 16,2 milhões de hectares de florestas nativas mais preservadas acima de 3 hectares na Mata Atlântica, tendo sido desmatados 87,6% da área original do bioma. Regionalmente, os remanescentes de Mata Atlântica no Estado do Espírito Santo, correspondem a 10,5% da distribuição original do bioma no Estado (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019). A exploração de florestas naturais no Espírito Santo teve um caráter predatório e entrou em declínio no final da década de 1960 e início da década de 1970, com o esgotamento das reservas florestais nativas e com o aumento do custo de transporte de madeira proveniente de áreas mais distantes (Siqueira, et al. 2004). Os principais fatores de mudança do uso do solo que contribuem para fragmentação dos habitats da espécie são representados pela substituição de florestas nativas e áreas de tabuleiros por monoculturas de florestas plantadas voltadas a produção de celulose (Siqueira et al., 2004) e cana-de açúcar (Mendonza et al., 2000; Oliveira et al., 2014; Pinheiro et al., 2010; Tavares e Zonta, 2010) e também por áreas de pastagem (Lapig, 2019). Atualmente, há grande interesse em mineração na região de Colatina, havendo diversos processos protocolados para extração de minério de ouro (DNMP/SIGIME, 2019). Essa região foi recentemente, em 2015, diretamente afetada pelo maior desastre ambiental causado por mineração, com o rompimento da barragem de Fundão no município de Mariana (MPF, 2017). Os efeitos do acúmulo de minérios tóxicos no solo ainda estão sendo estudados, porém eventos similares na região podem destruir, em um único evento, milhares de hectares de floresta na região assim como ocorreu com florestas na região de Mariana (Do Carmo, 2017). A espécie foi considerada Criticamente m perigo (CR) de extinção em avaliação de risco de extinção anterior, em nível nacional (MMA, 2014), levando em conta uma distribuição mais restrita, incluindo apenas duas coletas antigas nos municípios de Linhares e Regência. Registros antigos disponibilizados (a partir do programa REFLORA) ou coletados recentemente em diferentes localidades de outros municípios, foram considerados válidos e expandiram a distribuição da espécie. De acordo com os valores de EOO a espécie poderia ser avaliada como Vulnerável. Porém, foi considerada como Em perigo, assumindo-se uma abordagem precaucionária em razão da atualização da informação sobre nível de ameaça da Mata Atlântica (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019), bem como de desastres ambientais causados por mineração na região (Do Carmo 2017, MPF, 2017) e, ainda o alinhamento com a avaliação em nível regional (Simonelli e Fraga, 2007). Visto que não existem dados sobre a população, recomenda-se pesquisa sobre tamanho e tendência populacional, para avaliação de possíveis declínios ou extinções locais, especialmente considerando os eventos de ameaça recentes na região. Com base nos resultados encontrados, recomenda-se então ampliação de conservação in situ, definição de possíveis ações de conservação ex-situ de acordo com os requerimentos ecológicos da espécie, e avaliação da possibilidade de coleta e estoque de material em banco de sementes e/ou DNA. Além disso, recomenda-se ações de proteção de habitats, incluindo restrição legal de mineração em áreas prioritárias para conservação ou em unidades de conservação com ocorrência de espécies ameaçadas.

Último avistamento: 2015
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Sim
Razão para reavaliação? Other
Justificativa para reavaliação:

A espécie foi avaliada como "Em perigo de extinção" (EN) na lista vermelha da IUCN (Canteiro e Lucas, 2018). Posteriormente, avaliada pelo CNCFlora/JBRJ em 2013 (Martinelli e Moraes, 2013) e consta como "Criticamente em Perigo" (CR) na Portaria MMA 443/2014 (MMA, 2014), sendo então necessário que tenha seu estado de conservação reavaliado após 5 anos da última avaliação.

Houve mudança de categoria: Sim
Histórico:
Ano da valiação Categoria
2012 CR

Perfil da espécie:

Obra princeps:

​Espécie descrita em: Enum. Myrt. Bras. 107. 1893. Caracterizada

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Flutuação extrema: Desconhecido
Detalhes: Não existem dados sobre a população.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Longevidade: perennial
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Fitofisionomia: Floresta Ombrófila Densa
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Clone: unkown
Rebrotar: unkown
Detalhes: Árvore com cerca de 10 m de alt. (Barroso e Peixoto, 1990), secundária inicial (Rolim et al., 1999), ocorrente em Floresta Ombrófila Densa (Sobral et al., 2009) e Floresta de Tabuleiro associada a Mata Atlântica capixaba (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019).
Referências:
  1. Barroso, G. M.; Peixoto, A. L., 1990. Espécies novas de Myrcia DC. e Marlierea Cambes. (Myrtaceae), Acta Botanica Brasilica, p.3-19.
  2. Rolim, S.G.; Couto, H.T.Z.; Jesus, R.M., 1999. Mortalidade e recrutamento de árvores na Floresta Atlântica em Linhares (ES). Scientia Florestalis, n. 55, p. 49-69.
  3. Sobral, M.; Proença, C.; Souza, M.; Mazine, F.; Lucas, E.SOBRAL, M.; PROENçA, C.; SOUZA, M.; MAZINE, F.; LUCAS, E. Myrtaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Myrtaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
  4. Myrcia in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB10750>. Acesso em: 17 Mai. 2019

Reprodução:

Detalhes: A espécie foi registrada com flores em janeiro, de abril a agosto, outubro e novembro, e com frutos em setembro e outubro.
Fenologia: flowering (Jan~Jan), flowering (Apr~Aug), flowering (Oct~Nov), fruiting (Sep~Oct)
Estratégia: unknown
Sistema: unkown

Ameaças (9):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 2.2 Wood & pulp plantations habitat,occurrence past,present,future local high
A região da planície aluvial do rio Doce, onde a espécie ocorre, é em grande parte ocupada por sistemas de cabruca, nos quais o cacau é cultivado no sub-bosque de áreas de floresta nativa (Rolim et al., 2006). Esse sistema de cultivo altera a estrutura e composição da floresta, levando a um declínio de espécies de estágios sucessionais avançados e a um aumento da abundância de espécies pioneiras e secundárias iniciais (Rolim e Chiarello, 2004).
Referências:
  1. Rolim, S.G.; Ivanauskas, N.M.; Rodrigues, R.R.; Nascimento, M.T.; Gomes, J.M.L.; Folli, D.A.; Couto, A., 2006. Composição florística do estrato arbóreo da floresta estacional semidecidual na planície aluvial do Rio Doce, Linhares, ES, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v. 20, n. 3, p. 549-561.
  2. Rolim, S.G.; Chiarello, A.G., 2004. Slow death of Atlantic forest trees in cocoa agroforestry in southeastern Brazil. Biodiversity and Conservation, v. 13, p. 2679-2694.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2 Agriculture & aquaculture habitat past,present local high
A exploração de florestas naturais no Espírito Santo teve um caráter predatório e entrou em declínio no final da década de 1960 e início da década de 1970, com o esgotamento das reservas florestais nativas e com o aumento do custo de transporte de madeira proveniente de áreas mais distantes (Siqueira, et al. 2004). No município de Linhares, 79% da cobertura original da Mata Atlântica encontram-se desmatados (SOS Mata Atlântica e INPE, 2018).
Referências:
  1. Siqueira, J.D.P., Lisboa, R.S., Ferreira, A.M., de Souza, M.F.R., de Araújo, E., Júnior, L.L., de Meirelles Siqueira, M., 2004. Estudo ambiental para os programas de fomento florestal da Aracruz Celulose SA e extensão florestal do Governo do Estado do Espírito Santo. Floresta, 34(2).
  2. Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. Período 2016- 2017. Relatório Técnico, São Paulo, 63p.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1 Residential & commercial development habitat,occurrence past,present,future national very high
Perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001). Dados publicados recentemente (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018) apontam para uma redução maior que 85% da área originalmente coberta com Mata Atlântica e ecossistemas associados no Brasil. De acordo com o relatório, cerca de 12,4% de vegetação original ainda resistem. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento, e a qualidade e extensão de áreas florestais encontram-se em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). Vivem no entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, os quais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço, seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua área original, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta. A ameaça de extinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismo predatório sobre determinadas espécies de valor econômico e também porque existe pressão sobre seus habitats, sejam, entre outros motivos, pela especulação imobiliária, seja pela centenária prática de transformar floresta em área agrícola (Simões e Lino, 2003).
Referências:
  1. Ribeiro, M.C., Metzger, J.P., Martensen, A.C., Ponzoni, F.J., Hirota, M.M., 2009. The Brazilian Atlantic Forest: How much is left, and how is the remaining forest distributed? Implications for conservation. Biol. Conserv. 142, 1141–1153.
  2. Critical Ecosystem Partnership Fund (CEPF), 2001. Atlantic Forest Biodiversity Hotspot, Brazil. Ecosystem Profiles. https://www.cepf.net/sites/default/files/atlantic-forest-ecosystem-profile-2001-english.pdf (acesso em 31 de agosto 2018).
  3. Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. Período 2016- 2017. Relatório Técnico, São Paulo, 63p.
  4. Simões, L.L., Lino, C.F., 2003. Sutentável Mata Atlântica: a exploração de seus recursos florestais. São Paulo: Senac.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2 Agriculture & aquaculture habitat,occurrence past,present,future regional high
O estado do Espírito Santo resguarda atualmente cerca de 10,5% de remanescentes da Mata Atlântica original que recobria anteriormente 100% de seu território (SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). Nas florestas litorâneas atlânticas dos estados da Bahia e Espírito Santo, cerca de 4% da produção mundial de cacau (Theobroma cacao L.) e 75% da produção brasileira é obtida no que é chamado localmente de "sistemas de cabruca". Neste tipo especial de agrossilvicultura o sub-bosque é drasticamente suprimido para dar lugar a cacaueiros e a densidade de árvores que atingem o dossel é significativamente reduzida (Rolim e Chiarello, 2004, Saatchi et al., 2001). De acordo com Rolim e Chiarello (2004) os resultados do seu estudo mostram que a sobrevivência a longo prazo de árvores nativas sob sistemas de cabruca estão sob ameaça se as atuais práticas de manejo continuarem, principalmente devido a severas reduções na diversidade de árvores e desequilíbrios de regeneração. Tais resultados indicam que as florestas de cabrucas não são apenas menos diversificadas e densas do que as florestas secundárias ou primárias da região, mas também que apresentam uma estrutura onde espécies de árvores dos estágios sucessionais tardios estão se tornando cada vez mais raras, enquanto pioneiras e espécies secundárias estão se tornando dominantes (Rolim e Chiarello, 2004). Isso, por sua vez, resulta em uma estrutura florestal drasticamente simplificada, onde espécies secundárias são beneficiadas em detrimento de espécies primárias (Rolim e Chiarello, 2004).
Referências:
  1. Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. Período 2016- 2017. Relatório Técnico, São Paulo, 63p.
  2. Rolim, S.G., Chiarello, A.G., 2004. Slow death of Atlantic forest trees in cocoa agroforestry in southeastern Brazil. Biodivers. Conserv. 13, 2679–2694.
  3. Saatchi, S., Agosti, D., Alger, K., Delabie, J., Musinsky, J., 2001. Examining fragmentation and loss of primary forest in the Southern Bahian Atlantic Forest of Brazil with radar imagery. Conserv. Biol. 15, 867–875.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3 Logging & wood harvesting habitat past,present,future regional high
A exploração de florestas naturais no Espírito Santo teve um caráter predatório e entrou em declínio no final da década de 1960 e início da década de 1970, com o esgotamento das reservas florestais nativas e com o aumento do custo de transporte de madeira proveniente de áreas mais distantes (Siqueira, et al. 2004).
Referências:
  1. Siqueira, J.D.P., Lisboa, R.S., Ferreira, A.M., de Souza, M.F.R., de Araújo, E., Júnior, L.L., de Meirelles Siqueira, M., 2004. Estudo ambiental para os programas de fomento florestal da Aracruz Celulose SA e extensão florestal do Governo do Estado do Espírito Santo. Floresta, 34(2).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.2.2 Agro-industry plantations habitat,occurrence past,present,future regional high
Entre 1967 e 1986, o Governo Federal implantou o Programa de Incentivos Fiscais ao Reflorestamento que, no Espírito Santo, promoveu a ocupação de extensas áreas com plantios homogêneos, principalmente Eucalyptus e Pinus, mudando o enfoque da exploração florestal de áreas naturais para plantadas, alterando também o perfil industrial, de madeireiro para celulose, através da implantação de importante pólo de celulose nos cenários regional e nacional. Atualmente o Estado do Espírito Santo é o primeiro produtor e exportador mundial de celulose branqueada de fibra curta, representado pela Aracruz Celulose S.A. O município de Conceição da Barra de 118489 ha tem 32,7% de seu território (38794 ha) transformado em floresta plantada; além disso, tem 50% de seu território desmatados e utilizados para reflorestamento (38794 ha), plantio de cana-de-açúcar (11043 ha) e pastagem (10496 ha) (Lapig, 2019).
Referências:
  1. Siqueira, J.D.P., Lisboa, R.S., Ferreira, A.M., de Souza, M.F.R., de Araújo, E., Júnior, L.L., de Meirelles Siqueira, M., 2004. Estudo ambiental para os programas de fomento florestal da Aracruz Celulose SA e extensão florestal do Governo do Estado do Espírito Santo. Floresta, 34(2).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.1.3 Agro-industry farming habitat past,present local very high
Linhares (ES) está entre os municípios brasileiros produtores de cana-de-açúcar, cujos plantios iniciaram a partir da década de 1980 e substituíram as florestas nativas e áreas de tabuleiros (Mendonza et al., 2000; Oliveira et al., 2014; Pinheiro et al., 2010; Tavares e Zonta, 2010). Tais cultivos são associados a prática da queima dos canaviais, com a finalidade de diminuir a quantidade de palha e facilitar a colheita (Mendonza et al., 2000; Oliveira et al., 2014; Pinheiro et al., 2010; Tavares e Zonta, 2010). De acordo com a Resolução MAPA nº 241/2010, Linhares é um dos municípios indicados para o plantio de novas áreas de cana-de-açúcar, destinadas à produção de etanol e açúcar. A Conab (2018) estima uma área de cana-de-açúcar de 47,6 e 45,3 mil ha, respectivamente para as safras 2017/2018 e 2018/2019 no Espírito Santo.
Referências:
  1. Mendonza, H.N.S., Lima, E., Anjos, L.H.C., Silva, L.A., Ceddia, M.B., Antunes, M.V.M., 2000. Propriedades químicas e biológicas de solo de tabuleiro cultivado com cana-de-açúcar com e sem queima da palhada. Rev. Bras. Ciência do Solo 24, 201–207.
  2. Oliveira, A.P.P. de, Lima, E., Anjos, L.H.C. dos, Zonta, E., Pereira, M.G., 2014. Sistemas de colheita da cana-de-açúcar: conhecimento atual sobre modificações em atributos de solos de tabuleiro. Rev. Bras. Eng. Agrícola e Ambient. 18, 939–947.
  3. Pinheiro, É.F.M., Lima, E., Ceddia, M.B., Urquiaga, S., Alves, B.J.R., Boddey, R.M., 2010. Impact of pre-harvest burning versus trash conservation on soil carbon and nitrogen stocks on a sugarcane plantation in the Brazilian Atlantic forest region. Plant Soil 333, 71–80.
  4. Tavares, O.C.H., Zonta, E.L. e E., 2010. Crescimento e produtividade da cana planta cultivada em diferentes sistemas de preparo do solo e de colheita. Acta Sci. - Agron. 32, 61–68.
  5. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2010. Resolução MAPA nº 241, de 09 de Agosto de 2010. Diário Of. da União, de 10 de Agosto de 2010.
  6. Conab - Companhia Nacional de Abastecimento, 2018. Acompanhamento da safra brasileira de cana-de-açúcar. Companhia Nacional de Abastecimento - Conab, Brasília, 62 p.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.2.2 Agro-industry plantations habitat past,present regional high
Com 228781 ha de área ocupada com árvores de Eucalyptus, o Espírito Santo é o sexto estado da federação com a maior área plantada em 2014 (Ibá, 2015). O município de Linhares com território de 350371 ha, possui 11722 ha de área plantada com cana-de-açúcar e 10596 ha com floresta plantada (Lapig, 2019).
Referências:
  1. Ibá, Indústria Brasileira de Árvores, 2015. Relatório Ibá 2015. Brasília, 80 p.
  2. Lapig, 2019. URL http://maps.Lapig.iesa.ufg.br/Lapig.html (acesso em 16 de maio 2019).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3 Livestock farming & ranching habitat past,present local high
O município de Linhares com 350371 ha, possui 34% de sua área (117270 ha) convertida em pastagem (Lapig 2019). O município de Colatina (ES) com 141680 ha tem 60492 ha (43%) de seu território convertidos em pastagem (Lapig, 2019).
Referências:
  1. Lapig, 2019. URL http://maps.Lapig.iesa.ufg.br/Lapig.html (acesso em 16 de maio 2019).

Ações de conservação (5):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie ocorre na Reserva Natural Vale (Barroso e Peixoto, 1990). Além disso, foi registrada dentro dos limites das seguintes Unidades de Conservação (SNUC): RESERVA BIOLÓGICA DE COMBOIOS, FLORESTA NACIONAL DE GOYTACAZES, MONUMENTO NATURAL DOS PONTÕES CAPIXABAS, RESERVA BIOLÓGICA DE SOORETAMA e RESERVA BIOLÓGICA DO CÓRREGO GRANDE.
Referências:
  1. Barroso, G. M.; Peixoto, A. L., 1990. Espécies novas de Myrcia DC. e Marlierea Cambes. (Myrtaceae), Acta Botanica Brasilica, p.3-19.
Ação Situação
5.4.3 Sub-national level on going
A espécie é considerada "Em Perigo" (EN), segundo a Lista Vermelha da flora ameaçada do Espírito Santo (Simonelli e Fraga, 2007).
Referências:
  1. Simonelli, M.; Fraga, C. N., 2007. Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo. Vitória, ES: IPEMA, 2007. 144 p.
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie foi avaliada como "Criticamente em perigo" e está incluída no ANEXO I da Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (MMA, 2014).
Referências:
  1. Ministério do Meio Ambiente (MMA), 2014. Portaria nº 443/2014. Anexo I. Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção. Disponível em: http://dados.gov.br/dataset/portaria_443. Acesso em 14 de abril 2019.
Ação Situação
2.1 Site/area management on going
A espécie ocorre em territórios que serão contemplados por Planos de Ação Nacional (PANs) Territoriais, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território Espírito Santo - TER33 (ES).
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie foi avaliada como "Em perigo de extinção" na lista vermelha da IUCN (Canteiro e Lucas, 2018).
Referências:
  1. Canteiro, C., Lucas, E., 2018. Myrcia riodocensis. The IUCN Red List of Threatened Species 2018: e.T113043997A113050466. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2018-2.RLTS.T113043997A113050466.en. (Acesso em 24 de setembro de 2019).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.